Quantas vezes já ouviste (ou até já disseste) a expressão “é o que é”? Pode parecer uma frase simples, quase banal, mas a verdade é que carrega uma grande sabedoria.
Esta pequena frase contém um poder incrível quando se trata de aceitação, algo que, sejamos sinceros, não é nada fácil de praticar.
Vivemos numa sociedade que está sempre em movimento, que valoriza a mudança constante, a melhoria contínua e, muitas vezes, nos pressiona a querer sempre mais.
A busca pelo “perfeito” pode ser exaustiva. No entanto, “é o que é” surge como uma espécie de alívio, uma lembrança de que nem tudo está sob o nosso controlo — e está tudo bem com isso.
Aceitar as coisas como elas são pode ser uma das lições mais difíceis, mas também uma das mais libertadoras que podemos aprender.
O que significa aceitação?
A palavra “aceitação” tem muitas camadas, e não significa simplesmente “resignação” ou desistir de lutar pelos nossos objetivos. Pelo contrário, aceitação é reconhecer que, por vezes, as circunstâncias não estão ao nosso alcance. Nem sempre conseguimos controlar o que acontece à nossa volta ou na nossa vida pessoal, e é aqui que entra a verdadeira sabedoria da expressão “é o que é”.
Ao aceitar as coisas como elas são, estás a permitir-te viver o momento presente sem a ansiedade de tentar mudá-lo a todo o custo.
Isto não significa que deves desistir dos teus sonhos ou objetivos, mas sim que deves aprender a diferenciar entre o que podes controlar e o que não podes.
A luta contra o inevitável
Quantas vezes nos frustramos porque as coisas não correram como planeado? Às vezes, essa frustração pode durar dias, semanas, até meses. Podemos sentir-nos impotentes, presos num ciclo de descontentamento.
No entanto, a verdade é que resistir ao que não podemos mudar só gera sofrimento. Aqui é que a aceitação se torna crucial.
Imagina estares preso no trânsito. Tu até podes reclamar, buzinar ou ficar irritado, mas nada disso vai fazer com que o trânsito desapareça. “É o que é”.
Aceitar que não podes mudar aquela situação é o primeiro passo para viver com menos stress. Em vez de desperdiçares energia a lutar contra algo que não controlas, podes escolher aproveitar o momento de outra forma — seja ouvindo uma boa música ou simplesmente respirando fundo.
A aceitação não é passividade, é inteligência emocional. É perceber que não podemos ter tudo sob controlo e que está tudo bem com isso.
Quando aceitas uma situação, o teu foco muda da frustração para a serenidade.
Como praticar a aceitação no dia-a-dia?
Aceitar as coisas como elas são pode parecer uma tarefa complicada, especialmente quando estamos habituados a querer mudar tudo. No entanto, com prática e alguma paciência, é possível adotar esta mentalidade e viver de uma forma mais leve e consciente.
Aqui ficam algumas dicas para praticar a aceitação:
Reconhece o que não podes mudar: Há coisas que simplesmente estão fora do teu controlo. Quando identificas essas situações, em vez de te frustrares, tenta reconhecer que, muitas vezes, não há nada que possas fazer. “É o que é”. Isso já te vai poupar imensa energia.
Foca-te no presente: Grande parte da nossa resistência em aceitar algo vem do facto de estarmos constantemente a pensar no passado ou a ansiar pelo futuro. Quando te focas no momento presente, consegues perceber que a vida está a acontecer agora, e que o momento em si é suficiente.
Pratica a gratidão: A aceitação também vem acompanhada de gratidão. Em vez de te concentrares no que falta ou no que está errado, tenta mudar o teu foco para o que já tens. O simples ato de reconhecer as coisas boas da vida pode fazer com que aceites as circunstâncias de uma forma mais leve.
Respira fundo: Simples, mas eficaz. Quando te sentires a lutar contra uma situação, faz uma pausa e respira fundo. Isso ajuda a acalmar a mente e a perceber que, às vezes, a vida simplesmente acontece. E está tudo bem com isso.
“É o que é” e a sabedoria de soltar
Soltar é, muitas vezes, associado à aceitação. Quando deixas de tentar controlar tudo e soltas as rédeas, abres espaço para que as coisas fluam naturalmente. E não há nada de errado com isso. Na verdade, é uma forma de sabedoria.
A expressão “é o que é” é uma lembrança constante de que a vida tem o seu próprio ritmo, e que tentar forçá-la a seguir o nosso só gera mais frustração. Aceitar o que não podemos mudar não nos torna fracos; pelo contrário, dá-nos uma força tranquila, uma paz interior que nos permite lidar com os altos e baixos da vida de uma forma mais serena.
A importância da aceitação na nossa saúde mental
Praticar a aceitação tem também benefícios imensos para a nossa saúde mental. Quando aceitamos as situações, evitamos o desgaste emocional causado pela resistência. A aceitação reduz o stress, diminui a ansiedade e permite-nos ter uma visão mais clara e objetiva dos desafios que enfrentamos.
Por outro lado, resistir e lutar constantemente contra o que é inevitável só nos leva a um ciclo de negatividade. Aceitar não significa desistir de tentar melhorar, mas sim compreender que nem tudo depende de nós, e isso é uma libertação.
No final das contas, a expressão “é o que é” não é apenas uma frase de conforto. É um lembrete sábio de que a vida, com todas as suas incertezas, é para ser vivida e aceite tal como ela é. A verdadeira sabedoria está em reconhecer que, embora não possamos controlar tudo, podemos controlar a nossa reação a isso. E isso, por si só, é uma forma poderosa de aceitação.