Já te aconteceu esqueceres-te de coisas simples, do género, onde deixaste o telemóvel ou o que ias fazer em determinado momento? Esses esquecimentos podem ter uma explicação: a ansiedade excessiva.
Esta condição não afeta apenas as tuas emoções, mas também pode comprometer a nossa memória de curto prazo. Quero partilhar contigo o que li sobre esta ligação e como isso me tem afetado.
A memória de curto prazo funciona como um género de bloco de notas do nosso cérebro. É aqui que armazenamos informações que precisamos naquele momento, como um número de telefone ou uma conversa recente. No entanto, quando estamos constantemente ansiosos, o nosso cérebro entra num estado de alerta permanente, o que interfere com esta capacidade essencial. Este é um dos efeitos da ansiedade excessiva.
Ansiedade excessiva: o que é?
Todos sentimos aquela ansiedade de vez em quando. É aquela sensação de nervosismo miudinho antes de um evento importante. Mas, quando a ansiedade se torna constante, chamamos-lhe de ansiedade excessiva.
Este estado crónico mantém o nosso cérebro em alerta máximo, como se estivesses sempre à espera de um perigo iminente.
E é aqui que o problema começa. A ansiedade excessiva ativa a amígdala, uma parte do nosso cérebro que gere as emoções e respostas ao medo.
Quando a amígdala está hiperativa, o córtex pré-frontal – responsável pela memória de curto prazo e pela concentração – não funciona como devia. Resultado desta ansiedade excessiva? Pequenos esquecimentos começam a surgir.
A ciência confirma a ligação
Os cientistas descobriram que a ansiedade excessiva afeta diretamente a memória de curto prazo. Isto deve-se ao aumento de cortisol, a hormona do stress. Embora o cortisol seja útil em pequenas doses, quando está constantemente elevado, pode danificar as funções cerebrais relacionadas com a memória e a concentração.
Além disso, a ansiedade ocupa grande parte dos recursos cognitivos do cérebro. Em vez de se focar em tarefas presentes, a mente está distraída com cenários imaginários ou preocupações futuras. Isso deixa pouco espaço para armazenar e processar informações simples, resultando nos famosos lapsos de memória.
Como a ansiedade excessiva afetou a minha memória
Já vivi isso na pele. Houve uma fase em que me sentia constantemente ansioso. O trabalho, a família e as responsabilidades acumulavam-se, e a minha cabeça parecia nunca descansar. Era como se a minha mente estivesse sempre a mil por hora.
Comecei a esquecer-me de coisas importantes. Não eram apenas datas ou compromissos, mas também tarefas que tinha decidido fazer minutos antes. Foi um período frustrante, até que percebi que a ansiedade excessiva estava a prejudicar a minha memória de curto prazo.
O que fazer para lidar com a ansiedade excessiva
Se sentes que a tua memória está a ser afetada pela ansiedade, é importante agir. Aqui estão algumas estratégias que podem ajudar:
- Pratica mindfulness ou meditação
Estas técnicas ajudam-te a focar no momento presente e a reduzir os pensamentos ansiosos. - Estabelece rotinas organizadas
Criar uma estrutura no teu dia diminui a carga mental, permitindo que o cérebro funcione de forma mais eficiente. - Procura ajuda profissional
Um terapeuta pode ajudar-te a gerir a ansiedade e a recuperar o controlo sobre a tua mente. - Cuida do corpo e da mente
Exercício físico, uma alimentação equilibrada e pausas regulares são fundamentais para reduzir o cortisol e aliviar o stress.
Conclusão
A ansiedade excessiva não é apenas uma sensação desagradável; ela tem impactos reais nas funções do cérebro, incluindo a memória de curto prazo. Ignorar os sinais pode levar a um ciclo de esquecimento e frustração.
No meu caso, compreender esta ligação ajudou-me a tomar medidas. Hoje, sinto-me mais calmo e consigo recuperar melhor a minha concentração e memória. Se também sentes que a tua ansiedade está a interferir com a tua vida, não hesites em procurar ajuda e implementar mudanças. Controlar a ansiedade excessiva é possível, e a tua mente vai agradecer.
